Este mês fizemos uma conversa super bacana com a com Ana Hining para o nosso canal de podcasts – Papo Diversidade – sobre Gênero e Feminismo. Aqui, trouxemos para você alguns trechos da primeira parte da nossa conversa, em que falamos sobre Gênero, e que foi riquíssima em detalhes! Em um segundo artigo aqui do blog, abordaremos a segunda parte desse diálogo, falando especificamente sobre Feminismo.
Nossa convidada Ana é Psicóloga, mestre em Psicologia e pesquisadora nas temáticas de sexualidade e feminismo. E a anfitriã deste podcast fui eu, Tatiana Takimoto, mestre em gestão do conhecimento, entusiasta da causa da diversidade e ativista pela inclusão mais pessoas da diversidade nos ecossistemas de tecnologia e inovação. Confira o conteúdo na íntegra em https://bit.ly/papodiversidade1
Nas palavras da Ana, há várias perspectivas teóricas para entender o que é gênero. Ela parte da perspectiva do feminismo estruturalista e da teoria queer, da filósofa pós-estruturalista estadunidense Judith Butler. A partir deste lugar ela diz o seguinte: Gênero é um conjunto de normas. Isso significa que gênero é um conjunto de regras e discursos que determinam o que alguém pode vir a ser.
Em outras palavras, se dizemos que a mulher deve ser delicada e o homem deve ser viril, estamos ditando normas que irão definir os comportamentos de uma pessoa de um determinado sexo. Agir com mais delicadeza ou com mais virilidade não está biologicamente inscrito na natureza humana. São normas socialmente aceitáveis para mulheres e homens, respectivamente. Deste modo, como bem afirma a Ana, o gênero é uma construção social.
Mas o que acontece quando a mulher não quer se casar e ter filhos? Ou se o homem se interessa sexualmente por outro homem? O que acontece quando entendemos que o que nos foi imposto como regra não nos cabe? Qualquer escolha fora do normal são aplicadas ações corretivas e sanções, como por exemplo o pai que diz ao filho que ele não deve fazer enfermagem e sim engenharia. No pior dos casos a violência pode acarretar até a morte, como é o caso do feminicídio ou o assassinato de pessoas trans.
Ana explica ainda que gênero é uma forma de organizar o mundo, que limita as possibilidades de vida e estabelece uma relação de poder entre os sujeitos. As relações de gênero podem ser somatizadas pela orientação sexual, raça, classe, idade, deficiência, entre outros.
Fechamos esta parte do podcast entendendo que gênero é uma construção social, e por isso depende fundamentalmente da cultura e é passível de ser transformado. Podemos negociar as normas de gênero, podemos mudar a forma como a gente lida com esse sistema e, assim, transformar essa realidade.
Da nossa parte, faz parte do propósito da Corali disseminar o conhecimento e sensibilizar a sociedade e empresas para que as diferenças sejam respeitadas e assim assegurar que todos tenham seus direitos humanos fundamentais garantidos, reconhecidos e respeitados.